Processo Inflamatório e Alimentação

1.A resposta inflamatória

O sistema imunológico é constituído por uma intrincada rede de órgãos, células e moléculas, e tem por finalidade manter a homeostase do organismo, combatendo as agressões em geral. A imunidade inata atua em conjunto com a imunidade adaptativa e caracteriza-se pela rápida resposta à agressão, independentemente de estímulo prévio, sendo a primeira linha de defesa do organismo. Seus mecanismos compreendem barreiras físicas, químicas e biológicas, componentes celulares e moléculas solúveis. A primeira defesa do organismo frente a um dano tecidual envolve diversas etapas intimamente integradas e constituídas pelos diferentes componentes desse sistema.

A resposta imunológica acontece em etapas, dentre eles o reconhecimento molecular dos agentes agressores; ativação de vias bioquímicas intracelulares que resultam em modificações vasculares e teciduais; produção de uma miríade de mediadores com efeitos locais e sistêmicos no âmbito da ativação e proliferação celulares, síntese de novos produtos envolvidos na quimioatração e migração de células especializadas na destruição e remoção do agente agressor, e finalmente a recuperação tecidual com o restabelecimento funcional do tecido ou órgão.

Imunidade inata representa uma resposta rápida e estereotipada a um número grande, mas limitado, de estímulos. É representada por barreiras físicas, químicas e biológicas, células especializadas e moléculas solúveis, presentes em todos os indivíduos, independentemente de contato prévio com imunógenos ou agentes agressores, e não se altera qualitativamente ou quantitativamente após o contato

As principais células efetoras da imunidade inata são: macrófagos, neutrófilos, células dendríticas e células Natural Killer – NK

Imunidade adaptiva acontece quando os patógenos conseguem passar pelas defesas do sistema imunológico inato, o sistema imunológico adaptativo é ativado. As principais características da resposta imune adquirida são: especificidade e diversidade de reconhecimento, memória, especialização de resposta, autolimitação e tolerância a componentes do próprio organismo.

Em oposição à resposta inata, a resposta imune adaptativa depende da ativação de glóbulos brancos especializados, os linfócitos, e das substâncias que eles produzem.

A resposta imune específica é ativada pelos antígenos, que são normalmente encontrados na superfície dos patógenos e são exclusivos e únicos de cada patógeno. O sistema imunológico responde à presença dos antígenos produzindo células que atacam diretamente o patógeno ou produzindo proteínas específicas chamadas de anticorpo. Os anticorpos se ligam ao antígeno e levam o patógeno até os linfócitos onde serão destruídos.

2.Classificação da resposta inflamatória: Alergia versus Intolerância.

A resposta inflamatória é, em geral, benéfica ao organismo, resultando na eliminação de microrganismos por fagocitose ou lise pelo SC, diluição ou neutralização de substâncias irritantes ou tóxicas pelo extravasamento local de fluidos ricos em proteínas, e limitação da lesão inicial pela deposição de fibrina. Em algumas situações, entretanto, pode ter consequências indesejáveis, como, por exemplo, nas reações alérgicas e nas doenças autoimunes. As reações inflamatórias exacerbadas, mediadas pelo sistema imune, denominadas reações de hipersensibilidade, são classificadas de acordo com o mecanismo desencadeador

As reações de hipersensibilidade imediata (tipo I) são caracterizadas pela presença de IgE e, em geral, desencadeadas por um antígeno externo (alérgeno). Podem apresentar-se de forma sistêmica, envolvendo múltiplos órgãos, ou de modo mais restrito como na urticária e na rinite alérgica. A interação entre o alérgeno e a IgE preformada e prefixada a receptores de superfície de mastócitos e basófilos resulta na liberação de mediadores solúveis, como histamina, e na síntese de mediadores lipídicos derivados do ácido araquidônico. Rinite alérgica, asma e reações anafiláticas são exemplos das reações tipo I.

As reações do tipo II dependem da produção de anticorpos das classes IgG e IgM contra um dado antígeno. O fato de a resposta humoral causar dano, em vez de proteção, depende da natureza do antígeno, do isotipo da imunglobulina formada e, principalmente, da especificidade e da avidez dos autoanticorpos em questão. Os mecanismos de dano associados com as reações de tipo II incluem: lise de células que apresentam o antígeno em sua superfície por ativação do SC; destruição por células NK, que apresentam receptores Fc para IgG e realizam citotoxicidade mediada por anticorpo; e liberação de enzimas líticas e citocinas por neutrófilos e macrófagos ativados pela ligação de receptores Fc para IgG.

As reações tipo III são causadas pela formação de imunocomplexos (IC) antígeno-anticorpo, que se depositam nos tecidos e ativam o SC. Estão envolvidos apenas os anticorpos capazes de ativar complemento, IgM, IgAe todas as subclasses de IgG, exceto IgG4. Os IC circulantes podem depositar-se em vasos, membrana basal de glomérulos e articulações, e a ativação do SC leva à inflamação tecidual, que pode resultar em exantema, eritema nodoso, vasculite, nefrite, penumonite e artrite. Esse tipo de reação de hipersensibilidade é encontrado em várias doenças autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico, diferentes tipos de vasculite e formas graves de artrite reumatoide.

As reações do tipo IV, ou de hipersensibilidade tardia, são mediadas por Linfócitos Ts, macrófagos, histiócitos e monócitos. Linfócitos T citotóxicos (CD8) causam dano tecidual direto, enquanto LTs auxiliadores (CD4) secretam citocinas que ativam e recrutam LT citotóxicos, monócitos e macrófagos. Os macrófagos são os responsáveis pela magnitude da lesão tecidual e pela formação de granulomas característicos da persistência do agente infeccioso ou corpo estranho. Exemplos clássicos de reação do tipo IV são a tuberculose e a hanseníase em sua forma tuberculóide. Vasculite de células gigantes e arterite de Takayasu também parecem decorrer de mecanismos relacionados à hipersensibilidade do tipo IV.

3. Subtópicos: Identificando desequilíbrios

 SINAIS E SINTOMAS DE UM SISTEMA IMUNOLOGICO DEBILITADO

  1. Infecções recorrentes, frequentes e/ou duradouras
  2. Cicatrização lenta
  3. Distúrbios inflamatórios (ie. Eczema)
  4. Alergias
  5. Doenças Autoimunes (ie. Artrite Reumatoide, Doença Celíaca, Diabetes tipo 1, Alopecia, Lúpus, Psoríase, Esclerose Múltipla)
  6. Fadiga (ie. Fibromialgia)
  7. Disbiose
  8. Surtos de Herpes

ESTRESSORES DO SISTEMA IMUNOLÓGICO

Estressores do Sistema Imunológico incluem:

  1. Intolerância alimentar; hipersensibilidade alimentar (reações do tipo II/III)
  2. Açúcar e álcool
  3. Cafeína
  4. Adoçantes artificiais
  5. Cigarro
  6. Cloro e Flúor
  7. Alergênicos (reações de hipersensibilidade imediata tipo I)
  8. Exposição a ambientes com mofo ou fungo

 Ânsia: por que sentimos vontade de comer açúcar?

 O termo “ânsia de comer” é frequentemente mais apropriado do que “adição alimentar”. Trata-se de um intenso desejo por consumir um alimento em particular ou um tipo de alimentos, que se torna difícil de resistir.

Atualmente, a ânsia por comer é bastante comum. De uma forma geral, podemos afirmar que quase todas as mulheres e a maioria dos homens já sentiram ânsia por comer alimentos específicos num dado momento das suas vidas.

O exemplo mais típico é o consumo de chocolate (40% das mulheres) ou, de uma forma mais abrangente, alimentos ricos em gorduras e/ou açúcares.

Apesar de ainda existirem dúvidas em relação a estas relações, as ânsias de comer podem ser importantes, na medida em que podem desempenhar um papel relevante no consumo excessivo de alimentos, observado na compulsão alimentar, bulimia nervosa e na obesidade.

Existem várias teorias que explicam a relação entre a ânsia de comer e as doenças do comportamento alimentar. Dependendo dos autores, é enfatizada a homeostase psicológica, mecanismos de aprendizagem envolvendo os aspectos sensoriais dos alimentos, ou outros princípios psicológicos relacionados com as emoções.

Foi sugerido, por exemplo, que indivíduos ingerem hidratos de carbono com o objetivo de melhorar o humor, devido ao aumento de serotonina no cérebro (uma substância que desempenha um papel importante na regulação do humor e do apetite). Na mesma linha de pensamento, foi sugerido que são as substâncias psico-ativas do chocolate que criam a ânsia, embora investigações mostrem que a determinante mais importante da ânsia por chocolate seja as suas propriedades sensoriais.

Subtópicos: Dependência, Descarga de Toxinas, Desequilíbrio de Sistemas

 Dependência

 É caracterizada pela obrigatoriedade de utilizar uma substância, pelo consumo descontrolado, e à existência de sintomas de abstinência, tais como ansiedade e irritabilidade, quando o acesso a essa substância é impedida.

Pessoas que sofrem de distúrbios do comportamento alimentar, como a compulsão alimentar ou “binge eating”, anorexia nervosa ou bulimia nervosa, tendem a exibir estes sintomas, sugerindo semelhanças entre a forma como o organismo reage ao uso de drogas e a compulsividade alimentar.

Pensa-se que percursos comuns, a nível cerebral, são responsáveis pela sensação de prazer derivada, tanto pela ingestão alimentar, como pelo consumo de drogas. Por exemplo, estudos com ratos de laboratório demonstraram que repetidas ingestões excessivas de açúcar podem sensibilizar receptores cerebrais de dopamina, substância produzida pelo cérebro quando se sente prazer, de forma semelhante ao abuso de drogas ilícitas.

Estudos realizados em pessoas sujeitas a técnicas de neuro-imagem cerebral, que permitem visualizar imagens da estrutura e funcionamento do cérebro, também indicam existirem semelhanças entre as respostas fisiológicas à antecipação de alimentos saborosos e ao abuso de drogas – por exemplo, a dopamina é liberada nas mesmas áreas cerebrais.

4.Recomendações para melhora do funcionamento Imunológico

RECOMENDACOES ALIMENTARES

  1. Garantir ingestão completa e adequada de proteína
  2. Comer alho e cebola frescas
  3. Evitar alimentos aos quais alguém é sensível
  4. Evitar café, chá, cafeína, estimulantes e refrigerantes
  5. Evitar açúcar, álcool e adoçantes artificiais
  6. Beber água
  7. Aumentar a ingestão de fibras
  8. Evitar gorduras trans- e hidrogenadas
  9. Diminuir carboidratos simples refinado
  10. Alcalinizar a dieta
  11. Aumentar vegetais de folhas escuras

RECOMENDACOES SUPLEMENTARES

  1. Probióticos
  2. Vitaminas A, C, D, E
  3. Vitaminas do Complexo B
  4. Zinco, Selênio, Ferro, Magnésio
  5. EFA (Essencial Fatty Acids), ou Ácidos graxos essenciais
  6. Esteróis vegetais (Fito esteróis)
  7. Antioxidantes como Coenzima Q10, Ácido Lipoico, L-Glutationa
  8. Antimicrobiano (ie. Óleo de Orégano)
  9. Bioflavenóides como Quercetina, Carotenoides, Octacosanol para funções anti-inflamatório, antioxidante
  10. Enzimas proteolíticas (ie. Proteases)

RECOMENDACOES LIFESTYLE

  1. Evitar estressores do Sistema Imunologico
  2. Dê importância a um sono amplo, regular, restaurador e de boa qualidade
  3. Fazer refeições com regularidade
  4. Gerenciamento de estresse
  5. Faça exercícios de forma regular, incluindo exercícios meditativos como Yoga, Tai chi
  6. Preste atenção nas glândulas adrenais
  7. Melhorar sistema linfático e sanguínea

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